Escola pública x Escola privada

Por: Nicolli Yamada
O grande abismo da desigualdade educacional brasileira
Atualmente, as escolas privadas possuem uma maior qualidade de ensino quando comparadas com as escolas públicas. Uma prova disso são as notas do Enem. As melhores e maiores notas são de 82% das redes educacionais particulares e só de 18% das redes públicas, já as piores notas são de totalidade pública. Mas será que foi sempre assim? Vamos analisar a educação no passado.
Apesar de uma quantidade pequena de recursos, no passado, as escolas públicas possuíam uma qualidade de ensino superior aos dos dias de hoje. Mesmo atendendo uma pequena parte da população, a educação pública na década de 1950 e 1960 possuía um bom desempenho. Em 1950 apenas 36,2% das crianças entre 7 a 14 anos tinham acesso à educação, porém em 1990 o índice subiu para 88% e a porcentagem de analfabetismo caiu de 50,6% para 18,4%. Durante esse período, também houve uma reforma na educação onde os alunos passaram de 4 horas diárias para 8 horas diárias nas escolas.
Mesmo as escolas pública no passado não ser uma educação tão boa quanto sua fama, ainda era melhor do que as de hoje em dia, isso mostra que, apesar da evolução da tecnologia e dos conhecimentos houve um regresso na educação brasileira.
Atualmente, existem cerca de 11,3 milhões de analfabetos no Brasil, ou seja, 6,8% das pessoas acima de 15 anos não sabem ler ou escrever, segundo o IBGE. Apesar de ser um número pequeno em relação a população do país, a estimativa esperado pelo governo para esse número ainda não foi atingida, devendo diminuir mais. Isso é o resultado direto do que aconteceu com a estrutura educacional brasileira.
O resultado da Prova Brasil, que é um exame para estudantes do 5º e do 9º ano, com o objetivo de avaliar o rendimento das escolas pública no Brasil, mostra que algumas escolas não ensinam o esperado para os alunos. Segundo a pesquisa, apenas 41% dos alunos aprendem o necessário em matemática, e somente 24% em português.
Já em escola privadas, por não necessitarem do investimento do governo e possuírem maior autonomia sobre seus métodos de ensino, possuem um maior atendimento educacional.
Entre os motivos para que os institutos privados possuam uma melhor educação, podem ser apontados: a menor quantidade de alunos, o que ajuda nas explicações, na concentração dos mesmos e, consequentemente, no aumento das dúvidas deles; outro motivo é formação dos professores, em geral professores com melhores formações buscam trabalhar em escolas particulares pelo melhor salário, além disso muitas escolas incentivam a participação dos professores em cursos de Especialização e pós graduação nas férias; as escolas privadas têm, assim, maior porcentagem de aproveitamento quando se diz em alcançar as metas de ensino; em geral as instituições de ensino particulares possuem um melhor ambiente de aprendizagem, pois um espaço favorável a aprendizagem é um lugar estimulador, com o professor atento às aprendizagens e dificuldades de cada aluno trabalhando sempre suas habilidades e competências individuais para que cheguem ao objetivo do ensino; entre outros
motivos.
A média das escolas privadas, no Enem, foi de 591,25, mais de 90 pontos acima da média da rede pública, segundo o levantamento do jornal Folha de S.Paulo feito com dados do MEC. A diferença na nota pode ser observada em todas as disciplinas, mas o grande abismo está em matemática. O mesmo estudo mostra que a média geral de todos os participantes do Enem do ano anterior foi de 514,65. Entretanto, 70% das escolas públicas ficaram abaixo desse patamar. Já entre as escolas particulares, somente 2% tiveram desempenho inferior.
Podemos notar através de todos estes dados que há uma enorme desigualdade na educação brasileira. Obviamente, existem escolas particulares com uma qualidade de ensino parecida com as da rede pública, porém, em maioria, as escolas particulares possuem uma qualidade de ensino acima das de escolas públicas, o que acarreta em problemas futuros já que a educação é o início para toda a formação de uma pessoa e de uma sociedade.